Pesquisa ultrasom bio

Os pesquisadores ligados ao Programa de Educação em Biodiesel da Universidade do Idaho, nos Estados Unidos, publicaram no mês passado uma nota tecnológica sobre os benefícios potenciais que o ultrassom pode ter para o processo produtivo do biodiesel. Há evidências de que a nova tecnologia acelera a velocidade e reduz a quantidade de energia gasta no processo produtivo.

Ultrassom é o nome que se dá as onda sonoras com frequências acima dos 20 kilohertz (kHz) – o equivalente a 20 mil ciclos por segundo. Em geral, sons em frequências tão elevadas não são audíveis por humanos. Segundo a nota, essa tecnologia pode ser usada para misturar reagentes que tendem a se separar, exatamente como o óleo e álcool usados na reação de transesterificação, reduzindo drasticamente os tempos reação. Testes realizados em escala de bancada comprovam que a conversão das matérias-primas em biodiesel, auxiliadas por essa tecnologia, se completava entre 5 e 30 minutos.

O que acontece é que ondas sonoras em frequências ultrassônicas são capazes de agitar os fluídos em escala microscópica, produzindo bolhas de cavitação que agitam violentamente os líquidos, misturando-os com mais eficiência do que os reatores convencionais conseguiram. “Adicionalmente, os atuais usuários dessa tecnologia alegam que menos catalisadores e metanol são usados”, lê-se na nota produzida.

Além dessas vantagens, é possível que a substituição dos reatores atuais por ultrassônicos também diminuam o consumo de energia das usinas de biodiesel. O pesquisador da Universidade de Idaho, Brian He, informa que as reações necessárias podem ser alcançadas em temperatura ambiente ou poucos graus mais alta. Situação que reduz a necessidade de geração de calor nas unidades produtivas para aquecer os reagentes. Entretanto, combinar o calor e ultrassom pode ser o caminho para acelerar ainda mais a produção.

O processo ainda não está totalmente otimizado. Os pesquisadores ainda tentam encontrar o espectro de frequência e intensidade mais adequado à fabricação de biodiesel. Segundo Brian He, dentro de cinco anos a novidade terá escala comercial e começará a chegar às usinas.

O documento completo produzido pela Universidade do Idaho pode ser baixado aqui (PDF em inglês).

Fábio Rodrigues - BiodieselBR.com

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